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História

Anno Domini: a mudança no calendário medieval

Anno Domini

Anno Domini: a mudança no calendário medieval. Na Idade Média, dependendo do local, não só se começava o ano em dias diferentes, como até uma própria Era. As datas acabavam também sendo contadas de acordo com a região.

Anno Domini (A.D.) é uma expressão em latim que significa “ano do Senhor” e é utilizada para marcar os anos seguintes ao ano 1 do calendário mais comumente utilizado no Ocidente, designado como “Era Cristã” ou, ainda, como “Era Comum“. Aparecia em inscrições latinas e ainda é usada na língua inglesa, correspondendo à expressão “depois de Cristo” (D.C. ou d.C.) e em sucessão ao período “antes de Cristo” (A.C. ou a.C).

O termo Anno Domini é, por vezes, substituído pela expressão mais formal Anno Domini Nostri Iesu Christi (“Ano de Nosso Senhor Jesus Cristo”).

Esta era cronológica (“Era Cristã” ou “Era Comum”), que é globalmente adotada, mesmo em países de cultura maioritariamente não cristã, para efeitos de unanimidade de critérios em vários âmbitos, como o científico e comercial, foi organizada de forma a contar o ano do nascimento de Cristo como ano 1, marcando uma linha divisória no tempo a partir de então. 

Na Península Ibérica usava-se a Era de César ou Era Hispânica. Desde o século V, não se sabe exatamente quais as razões para a contagem dos anos ser feita dessa forma. A suspeita é que esteja relacionada com o reconhecimento da autoridade de Caio Júlio César Octaviano, o futuro imperador Augusto ou então relacionada com algum tipo de imposto da época, mas não há certezas.

A Era de César começa a sua contagem a partir do ano 715 da Fundação de Roma, ou seja, 38 anos antes da data do nascimento de Cristo, logo, é necessário subtrair esses mesmos 38 anos para converter uma data para a Era de Cristo, ou Anno Domini. Por exemplo:

– Carta de Foral concedida por D. Afonso Henriques “feita a carta em Coimbra no mês de Maio da Era de 1217”: [1217 – 38 = 1179 do Anno Domini].

– Confirmação feita por D.Sancho I “feita esta carta em Guimarães no mês de agosto na Era de 1242”: [1242 – 38 = 1204 do Anno Domini].

A utilização da Era de Cristo no restante da Europa foi utilizada pela Itália, pela Inglaterra (a partir do século VII) e pela França, desde o ano 1000. No entanto, na Península Ibérica, a Era de César continuou a ser aplicada até a época medieval tarida, começando a ser abandonada lentamente; pouco a pouco, deixando de ser usada para datar os documentos e monumentos.

Pelas inscrições que foram conservadas em Igrejas, castelos e outros edifícios, constatamos o seu abandono gradual: na Catalunha, ela foi abandonada por volta do ano 1180; em Navarra deixou de ser referida em 1234, em Aragão em 1350 e em Valência em 1358.

Selo comemorativo com a imagem do rei D. João I. Foi esse monarca que ordenou a substituição da contagem para a Era de Cristo.

Já em Portugal, a esmagadora maioria dos documentos, como podem observar no documento ou na inscrição do castelo de Melgaço citados abaixo, usava a Era de César até o início do século XV, mas havia o uso ocasional da Era de Cristo em alguns documentos. Como exemplo, temos o testamento de Afonso Henriques, datado da Era de 1179.

Inscrição na muralha do Castelo de Melgaço, em Portugal.
O texto refere que a fortaleza foi construída por mandado do rei Afonso III no ano de MCCCI (1301), mas como esta data se refere à Era de César tem de se retirar 38 anos, logo o Anno Domini correspondente é 1263.

Diz a lenda… que a adoção do novo sistema de datação por Carlos Magno e pelos seus sucessores está na origem do sucesso do calendário nos séculos seguintes, até a época atual.

O reino português foi o último a trocar a Era de César para a Era de Cristo, apenas no reinado de D. João I, por decreto de 22 de Agosto de 1422. Segundo o texto: “Da mudança, que se fez da Era de Cesar a Era do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo. … que daqui em diante em todo os contratos e escrituras, que fizerem, ponham o Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus CHRISTO

Fontes: Wiki + texto Pedro Alves

Créditos: Texto utilizado com a gentileza da autorização da página Repensando a Idade Média por Pedro Alves. O melhor conteúdo sobre história em Portugal. Obrigada Pedro.

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